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Animais morrem de sede no Sertão de Pernambuco Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
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Dos 521 aquíferos da região, 214 estão
abaixo de 30% da capacidade. Centenas de milhares de pessoas hoje vivem em
áreas extremas e severas
Os
indícios de que a seca está implacável é denunciada pela terra rachada. A falta
d’água nos reservatórios e a previsão de poucas chuvas agravam o problema. O
último mês foi ainda mais crítico. Monitoramento da Agência Nacional de Águas
(ANA) mostra que a seca moderada, nível intermediário do problema, aumentou
246% entre maio e junho. São mais de 328 mil pessoas vivendo em áreas extremas
e severas, onde as intempéries do tempo são ainda mais duras. Nesta semana,
reunião definirá decisões estratégicas, com referência à gestão de
reservatórios de água para o abastecimento e para geração de energia.
Sem
o avanço de frentes frias, a tendência ainda é de chuvas raras e concentradas
nas áreas litorâneas. Os reservatórios estão em
baixa. Dos 521 aquíferos do Nordeste, quase a metade (214) está abaixo
de 30% da capacidade, segundo a ANA. O temor de especialistas é de que estiagem
semelhante à que castigou o semiárido brasileiro entre 2012 e 2017, considerada
a pior da história pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), volte a
afetar os nordestinos.
O
Maranhão e o Piauí são os que mais tiveram áreas afetadas pela seca. Na região central
do Maranhão, por exemplo, a estiagem varia entre nove a 15 meses. No Ceará,
mais 26 municípios tiveram situação de emergência decretada pelo Ministério da
Integração Nacional.
Agora
são 66 cidades nesta situação. Em todo o país, o número de cidades em estado de
emergência ultrapassa 800. Nos próximos seis meses, as prefeituras podem pedir
apoio ao governo federal para ações emergenciais. Em alguns locais, além do
abastecimento de água potável por caminhão-pipa, houve distribuição de comida e
famílias foram retiradas de áreas de risco.
O
secretário dos Recursos Hídricos do Ceará, Francisco José Coelho Teixeira,
lamenta os impactos da seca na área rural e na urbana. “Temos água na torneira,
mas tememos o colapso do abastecimento urbano. Fazemos o controle da oferta e
da demanda. É mais do que um racionamento, é conscientização. Quem usa mais
água acima da meta paga multa. Do ponto de vista da agricultura, é preciso
buscar outras formas para produzir com menos água”, pondera.
O
meteorologista Manoel Rangel, do Inmet, explica a tendência climática para a
região. “Está chovendo menos do que era esperado. Do Maranhão até a Bahia, todo
dia têm pancadas, mas são fracas. As precipitações estão e vão permanecer
abaixo da média. Uma massa de ar seco que está predominando em 85% do país
impede a formação de nuvens”, detalha. A situação pode degringolar ainda mais.
“Ainda não está definido, mas existe a possibilidade.”
CB
Da
Redação
Blog
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