Governo vai continuar pente fino e quer bolsa familia com porta de saida
Cartão Bolsa Família. (Imagem: Folhapress) |
Acabada
a festa da posse, o governo mostra sua linha de trabalho e ela inclui uma
mudança no Bolsa Família.
Em
cada família que recebe o Bolsa Família, deve haver ao menos um jovem cumprindo
um dos requisitos citados: fazer
um curso técnico ou receber microcrédito para empreender
O
ministro da Cidadania, Osmar Terra, usou a primeira entrevista depois de
assumir o cargo na última quarta-feira (2) para falar da criação de uma porta
de saída do programa. "Pelo menos um
jovem por família deve ter oportunidade de fazer curso técnico ou receber
microcrédito." O contexto da resposta do ministro sugere um nível alto
na vontade de mudar o programa.
A
resposta ocorreu quando Osmar Terra foi questionado sobre a prioridade de
trabalho no Ministério da Cidadania. Críticos do programa reclamavam que o
Bolsa Família tornava os beneficiários dependentes.
Ele
não revelou a forma que a alteração será implementada ou quando a medida entra
em vigor. O ministro se limitou a dizer que, em cada família que recebe o Bolsa
Família, deve haver ao menos um jovem cumprindo um dos requisitos citados: fazer um curso técnico ou receber
microcrédito para empreender.
Ainda
no discurso de posse, Osmar Terra reafirmou que haverá 13º salário no programa
já neste ano. Na entrevista, explicou que a fonte dos recursos ainda não foi
definida e que o orçamento para a área é "perna curta".
Ele
diz que isto não impedirá o pagamento porque o 13º salário é uma diretriz do
presidente Jair Bolsonaro para a pasta que comanda. "Deve custar alguma coisa ao redor R$ 2,5 bilhões, que é a parcela
mensal do programa. Vou sentar com área de planejamento, com a área
orçamentária para avaliar onde a gente tem que atuar. Mas (o 13º) já está
garantido, é uma decisão do presidente”.
Ministério vai investigar fraudes
Osmar Terra acredita que pode fazer caixa combatendo
fraudes dentro do próprio Bolsa Família. Ministro do Desenvolvimento Social no
governo Michel Temer (MDB) a partir de 2016, ele iniciou uma revisão nos
cadastros.
Eram
15 milhões de pessoas recebendo dinheiro do programa e havia irregularidades em
um terço dos pagamentos. "Vamos
ampliar o pente fino para separar o joio do trigo. Saber quem precisa e quem
não precisa do programa. Em dois anos, saíram cinco milhões de famílias."
O ministro ressalta que a medida permitiu o atendimento de 3,9 milhões de pessoas que pediram o Bolsa Família e não recebiam por falta de verba.
O ministro ressalta que a medida permitiu o atendimento de 3,9 milhões de pessoas que pediram o Bolsa Família e não recebiam por falta de verba.
Ele
projeta que mais casos de fraudes serão encontrados com uma fiscalização mais
severa. Os motivos da criação de uma porta de saída não foram comentados pelo
ministro.
Mas
Alberto Beltrame, que deixou o Ministério do Desenvolvimento Social nesta
quarta-feira falou sobre o assunto em seu discurso de despedida.
Sem
citar o PT, reclamou que de quatro em quatro anos o eleitor de baixa renda
ouvia que, se não votasse em determinado partido, o programa seria extinto.
Ressaltou que nada disto ocorreu na gestão Michel Temer. Por fim, afirmou que
políticas públicas devem ser feitas para libertar o cidadão, não para usar como
chantagem.
Da
redação / Uol
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