Governador é alvo de operação da Polícia Federal nesta quarta feira
(Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil) |
Operação
da PF tem como alvo governador do Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja (PSDB), deputado e fazendeiros
A
Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta feira (12) a Operação Vostok, em Mato Grosso do Sul,
para combater um esquema de pagamento de propina à cúpula do Poder Executivo
estadual.
Entre
os alvos estão o governador de Mato Grosso, Reinaldo Azambuja (PSDB), um
deputado estadual e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, além de
empresários e fazendeiros.
As
investigações foram iniciadas no início deste ano a partir de colaboração
premiada de executivos de uma grande empresa do ramo frigorífico.
Os
colaboradores detalharam os procedimentos adotados junto ao governo do estado
para a obtenção de benefícios fiscais (Tare’s).
O
inquérito foi autorizado e tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que
autorizou o cumprimento das medidas. Cerca de 220 policiais federais cumprem 41
mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária.
As
ações ocorrem em Campo Grande e nos municípios de Aquidauana, Dourados,
Maracaju, Guia Lopes de Laguna e Trairão, no Pará. São alvos das medidas os
endereços residenciais e comerciais dos investigados e os seus locais de
trabalho.
Investigações
Pelas
investigações preliminares, o total de créditos tributários auferidos pela
empresa dos colaboradores, um percentual de até 30% era revertido em proveito
da organização criminosa investigada.
Nos
autos do inquérito, foram juntadas cópias das notas fiscais falsas utilizadas
para dissimulação desses pagamentos e os respectivos comprovantes de
transferências bancárias.
Apurou-se
também que parte da propina acertada teria sido viabilizada antecipadamente na
forma de doação eleitoral oficial, ainda durante a campanha para as eleições em
2014, e que alguns pagamentos também teriam ocorrido mediante entregas de
valores em espécie, realizadas no Rio de Janeiro e São Paulo, em 2015.
Alvos
São
alvos da operação também pecuaristas locais responsáveis pela emissão das notas
fiscais frias, inclusive, um deputado
estadual e um conselheiro do Tribunal de Contas do estado. Também emitiram
notas fiscais frias para dissimulação do esquema de pagamento de propina outras
empresas do ramo agropecuário e frigorífico.
Em
razão dos acordos de benefícios fiscais concedidos pelo governo estadual,
somente nos dois primeiros anos da gestão atual, a empresa frigorífica teria
deixado de recolher aos cofres públicos mais de R$ 200 milhões.
Nome
Vostok
é o nome de uma estação de pesquisa russa localizada na Antártida, onde foi
registrada uma das menores temperaturas da Terra.
O
nome faz referência às notas fiscais frias utilizadas para a dissimulação dos
pagamentos.
Da Redação com Informações da EBC
Blog Pão de AçucarNET/ Notícias e Informações com Imparcialidade
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